Guerra, sua linda…
Deixe um comentário7 de junho de 2013 por deglutindopensamentos
A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica de Walter Benjamin, publicado em 1955, propõe o que ele chama de Estética da guerra. Usando como exemplo para essa definição a frase de Marinetti: “Há vinte e sete anos, nós futuristas contestamos a afirmação de que a guerra é antiestética… Por isso, dizemos: …a guerra é bela, porque graças às máscaras de gás, aos megafones assustadores, aos lança-chamas e aos tanques, funda a supremacia do homem sobre a máquina subjugada. A guerra é bela, porque inaugura a metalização onífica do corpo humano. A guerra é bela, porque enriquece um prado florido com as orquídeas de fogo das metralhadoras. A guerra é bela, porque conjuga numa sinfonia os tiros de fuzil, os canhoneios, as pausas entre duas batalhas, os perfumes e os odores de decomposição. A guerra é bela, porque cria novas arquiteturas, como a dos tanques, dos esquadrões aéreos em formação geométrica, das espirais de fumaça pairando sobre aldeias incendiá-Ias, e muitas outras. Poetas e artistas do futurismo … lembrai-vos desses princípios de uma estética da guerra, para que eles iluminem vossa luta por uma nova poesia e uma nova escultural”.
Tentamos mostrar um pouco dessa estetização a partir das imagens abaixo que mostram a Turquia em plena ebulição social, pois por mais terrível que a cena seja, ela sempre pode ser manipulada (consciente ou inconscientemente) e, dessa forma, ter sua intencionalidade transfigurada. O que era terrível torna-se belo e deixa de ter um valor de agressividade para ser lembrado quase que como ilustração, uma alegoria.
Na primeira postagem: A multidão se organiza para desorganizar.
Por dezenas de cidades turcas a população saiu às ruas exigindo os direitos que lhes pertence, mas que o governo não respeita.