Na cidade da “gestão” os rios trabalham mais que os políticos

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30 de maio de 2014 por deglutindopensamentos

Kistian Maia

Comoexpogestao sabe, passou a Expogestão, um dos grandes eventos de gestão do Brasil. Isso de princípio, nos remete a sociedade organizada, empresas que buscam seus altos níveis de gerenciamento, administrativo e produtividade. No entanto, no atual sistema, a eficiência só existe quando o lucro se torna cada vez maior.

Recorda-me ao mesmo tempo do ano de 2013, quando participei desse mesmo evento, com palestras e debates, trazendo grandes nomes da gestão brasileira e internacional, interessante para quem gosta do assunto. Confesso que tenho minhas ressalvas, principalmente, pela retroalimentação individualista que se concentra nesses locais e pelo status que eles parecem gerar.

No segundo dia fui almoçar na galeria do BIG Beira Rio, ao lado do Centreventos, onde ocorre a Expogestão. Alguns passos depois, me deparei com o rio Morro Alto, bem ali, entre os dois prédios. Aí foi impossível não fazer uma análise sobre este antagonismo demagogo, até porque o impacto visual e o péssimo odor não me deixaram passar sem pensar sobre o assunto. O rio totalmente poluído, que deságua no Cachoeira, a artéria fluvial do centro do município e que todos conhecem. Faz parte de uma cidade que se diz ponto alto em gestão, mas que tem os rios e córregos extremamente poluídos, e estes, já quase sem vida, fazem um incansável trabalho de “gestor” para se recuperarem, ainda que a quantidade de poluentes orgânicos e inorgânicos continuem a lhes manchar a fauna, flora, toda sua essência e dos que o rodeiam. É assim que é tratada a base fundamental de nossas vidas e culturas.

Ao ligar os fatos, cidade-ambiente e gestão (faço questão de frisar que Joinville se coloca como gestora de ponta), tendo, inclusive, em seu histórico político, a administração sempre ligada aos “grandes gestores”. Se analisarmos a história dos prefeitos joinvilenses veremos que, praticamente todos, tiveram ligação com a Associação Industrial e Comercial do município, ACIJ, o atual mandatário, Udo Döhler, por exemplo, foi presidente, presta contas com esta sobre a prefeitura e muitos o chamam de “Sr. Geston”. E assim foi de forma direta como o Prefeito Wittich Freitag, Hellmuth Fallgater, Nilson Bender entre outros e ainda os de forma indireta que eram escolhidos pelos grandões do empresariado, para trabalharem para estes politicamente, como Luiz Henrique, Marco Tebaldi e de certa forma até Carlito, não cito os mais antigos pra não nos alongarmos.

Vemos que a prática da administração executiva da cidade sempre pertenceu a grande elite empresarial. Como essa demagogia, de alta gestão chega a nossa realidade, ao nosso dia a dia a nossa qualidade de vida? Essas gestões não deram conta dos rios poluídos nos últimos 50 anos, nem da educação, saúde, transporte, não pensaram no ambiente, e nem pensarão. Apenas de forma eleitoreira dos “homens de bem” para não mancharem seus negócios, pois não sejamos ingênuos, o trabalho destes “super gestores” é justamente o contrário, como eu disse no princípio, o que interessa é o fim, e o fim é o lucro. E eles sabem que investimentos sociais diminuem os lucros. Infelizmente este é um pensamento raso, de curto prazo e nada inteligente, mas que se perpetua durante por meio da dominação. Apenas quando o povo, o real povo, aquele que vive em função da vida e não coloca o lucro em primeiro lugar, puder ser o gestor de seus municípios e de seu próprio destino é que teremos uma cidade para estes, para a qualidade de vida, para gerenciar a vida.

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